Friday, December 15, 2006

Entrei no café com um rio na algibeira



Entrei no café com um rio na algibeira

e pu-lo no chão,

a vê-lo correr

da imaginação...


A seguir,

tirei do bolso do colete

nuvens e estrelas

e estendi um tapete

de floresa concebê-las.


Depois, encostado à mesa,

tirei da boca um pássaro a cantar

e enfeitei com ele a Natureza

das árvores em torno

a cheirarem ao luar

que eu imagino.


E agora aqui estou a ouvir

A melodia sem contorno

Deste acaso de existir-onde só procuro a Beleza

para me iludir

dum destino.


José Gomes Ferreira



Sentar, ver, imaginar. Sair dali por uns instantes e, em vez de um dia com nuvens, ver um dia de Sol vindo directamente da nossa imaginação! Sorrir porque podemos imaginar. Mas por vezes é tão dificil. Tão dificil estar só, e capaz de imaginar que tenho um rio na algibeira.




Porto...por Pherreyra



"Não nasci por acaso nestas pedras

mas para aprender dureza,

lume excedido,

coragem de mãos lúcidas.


Aqui no avesso da construção dos tempos

a palavra liberdade

é menos secreta.(...)


Porto- cidade de luz de granito.

Tristeza de luz viril

com punhos de grito"


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