
Friday, January 12, 2007
Tuesday, January 09, 2007
Friday, January 05, 2007
Prefácio
" A minha experiência no Banco Grameen deu-me uma fé inabalável na criatividade dos seres humanos. Levou-me a acreditar que as pessoas não nasceram para sofrer a miséria da fome e da pobreza. Se hoje sofrem, tal como sofreram no passado, é porque desviamos os olhos do problema.
Estou profundamente convencido de que podemos criar um mundo sem pobreza, se assim quisermos. Esta conclusão não é fruto de um sonho piedoso, mas o resultado concreto da experiência que adquiri na obra o Banco Grameen.
O microcrédito, por si só, não pode acabar com a pobreza. É apenas uma das portas pelas quais as pessoas podems sair dessa situação. Muito mais portas e janelas podem ser criadas para facilitar a saída. Mas, para isso, é necessário ver as pessoas de forma diferente e conceber uma nova moldura institucional consistente com esta nova conceptualização.
O Grameen ensinou-me duas coisas: em primeiro lugar, o nosso conhecimento básico sobre os indivíduos e sobre as suas interacções é ainda bastante imperfeito; em segundo lugar, cada indivíduo é extremamente importante. Qualquer pessoa possui um enorme potencial,e pode influenciar a vida de outras em comunidades,nações, no presente ou no futuro.
No fundo de todos nós, há muito mais do que aquilo que tivemos oportunidade de explorar. Se não criarmos um ambiente favorável que nos permita descobrir os limites do nosso potencial, nunca conheceremos aquilo que se esconde em nós. Mas cabe-nos apenas a nós decidir onde queremos ir.Somos os pilotos e os navegadores deste planeta. Se levarmos o nosso papel a sério, podemos alcançar o destino que procuramos.
Quero contar esta história porque desejo que reflictam naquilo que ela pode representar para vocês. Se acharem a experiência do Grameen credível e convicente, gostaria de convidá-los para se juntarem àqueles que acreditam na possibilidade de criar um mundo sem pobreza e que decidiram trabalhar nesse sentido. Você pode ser revolucionário, um liberal ou um conservador, pode ser jovem, ou pode ser idoso, mas todos podemos unir as nossas forças e trabalhar juntos neste problema.
Pensem nisso"
Muhammad Yunus
Tuesday, January 02, 2007
Sunday, December 24, 2006
Aos amigos..
Aos amigos ... e a ti Ana.
Herberto Helder
E a alguém..
"Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão. "
Herberto Helder
E a alguém..
"Eu ontem vi-te
Andava a luz
Do teu olhar,
Que me seduz,
A divagar
Em torno de mim.
E então pedi-te,
Não que me olhasses
Mas que afastasses,
Um poucochinho,
Do meu caminho,
Um tal fulgor
De medo, de amor,
Que me cegasse,
Me deslumbrasse
Fulgor assim."
Ângelo de Lima
Saturday, December 16, 2006
Tempo
E se o tempo não for tempo? E se não existir?
Então, o que significa o principio e o fim?
Faz-me um vazio na mente, pensar o que existia antes?
e o próprio vazio deixa-me vazia.
E depois do fim, vazio.
Não falo na vida no particular, mas no geral.
Nas partículas.
Hoje, os neutrinos perfuram-me de uma forma diferente dos outros dias.
The dog star -Sirius
Então, o que significa o principio e o fim?
Faz-me um vazio na mente, pensar o que existia antes?
e o próprio vazio deixa-me vazia.
E depois do fim, vazio.
Não falo na vida no particular, mas no geral.
Nas partículas.
Hoje, os neutrinos perfuram-me de uma forma diferente dos outros dias.
The dog star -Sirius
Friday, December 15, 2006
Entrei no café com um rio na algibeira
Entrei no café com um rio na algibeira
e pu-lo no chão,
a vê-lo correr
da imaginação...
A seguir,
tirei do bolso do colete
nuvens e estrelas
e estendi um tapete
de floresa concebê-las.
Depois, encostado à mesa,
tirei da boca um pássaro a cantar
e enfeitei com ele a Natureza
das árvores em torno
a cheirarem ao luar
que eu imagino.
E agora aqui estou a ouvir
A melodia sem contorno
Deste acaso de existir-onde só procuro a Beleza
para me iludir
dum destino.
José Gomes Ferreira
Sentar, ver, imaginar. Sair dali por uns instantes e, em vez de um dia com nuvens, ver um dia de Sol vindo directamente da nossa imaginação! Sorrir porque podemos imaginar. Mas por vezes é tão dificil. Tão dificil estar só, e capaz de imaginar que tenho um rio na algibeira.
Porto...por Pherreyra
"Não nasci por acaso nestas pedras
mas para aprender dureza,
lume excedido,
coragem de mãos lúcidas.
Aqui no avesso da construção dos tempos
é menos secreta.(...)
Porto- cidade de luz de granito.
Tristeza de luz viril
Monday, December 11, 2006
Procura-se!
Esta é a história de umas chaves de casa que a girar de mão em mão, de mala em mala e de caixote em caixote, foram dar à Covilhã e eu ... estou à espera que alguém chegue e me possa abrir a porta para o meu pequeno mundo entre 4 parades!
Sunday, December 10, 2006
P'la janela do comboio
Música que lembra a chegada do comboio a Lagos
"Aldeia da Meia Praia
Ali mesmo ao pé de Lagos
Vou fazer-te uma cantiga
Da melhor que sei e faço
De Montegordo vieram
Alguns por seu próprio pé
Um chegou de bicicleta
Outro foi de marcha à ré
Quando os teus olhos tropecam
No voo de uma gaivota
Em vez de peixe ve pecas de oiro
Caindo na lota
Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana
Tu trabalhas todo o ano
Na lota deixam-te nudo
Chupam-te até ao tutano
Levam-te o couro cabeludo
Quem dera que a gente tenha
De Agostinho a valentia
Para alimentar a sanha
De esganar a burguesia
Adeus disse a Montegordo
Nada o prende ao mal passado
Mas nada o prende ao presente
Se só ele é o enganado
Oito mil horas contadas
Laboraram a preceito
Até que veio o primeiro
Documento autenticado
Eram mulheres e criancas
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
quem diz o contrario é tolo
E se a ma lingua nao cessa
Eu daqui vivo nao saia
Pois nada apaga a nobreza
Dos indios da Meia-Praia
Foi sempre tua figura
Tubarao de mil aparas
Deixas tudo à dependura
Quando na presa reparas
Das eleicões acabadas
Do resultado previsto
Saiu o que tendes visto
Muitas obras embargadas
Mas nao por vontade própria
Porque a luta continua
Pois é dele a sua história
E o povo saiu à rua
Mandadores de alta financa
Fazem tudo andar para tras
Dizem que o mundo só anda
Tendo à frente um capataz
Eram mulheres e criancas
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
Quem diz o contrario é tolo
E toca de papelada
No vaivém dos ministérios
Mas hao-de fugir aos berros
Inda a banda vai na estrada "
José Afonso
"Aldeia da Meia Praia
Ali mesmo ao pé de Lagos
Vou fazer-te uma cantiga
Da melhor que sei e faço
De Montegordo vieram
Alguns por seu próprio pé
Um chegou de bicicleta
Outro foi de marcha à ré
Quando os teus olhos tropecam
No voo de uma gaivota
Em vez de peixe ve pecas de oiro
Caindo na lota
Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana
Tu trabalhas todo o ano
Na lota deixam-te nudo
Chupam-te até ao tutano
Levam-te o couro cabeludo
Quem dera que a gente tenha
De Agostinho a valentia
Para alimentar a sanha
De esganar a burguesia
Adeus disse a Montegordo
Nada o prende ao mal passado
Mas nada o prende ao presente
Se só ele é o enganado
Oito mil horas contadas
Laboraram a preceito
Até que veio o primeiro
Documento autenticado
Eram mulheres e criancas
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
quem diz o contrario é tolo
E se a ma lingua nao cessa
Eu daqui vivo nao saia
Pois nada apaga a nobreza
Dos indios da Meia-Praia
Foi sempre tua figura
Tubarao de mil aparas
Deixas tudo à dependura
Quando na presa reparas
Das eleicões acabadas
Do resultado previsto
Saiu o que tendes visto
Muitas obras embargadas
Mas nao por vontade própria
Porque a luta continua
Pois é dele a sua história
E o povo saiu à rua
Mandadores de alta financa
Fazem tudo andar para tras
Dizem que o mundo só anda
Tendo à frente um capataz
Eram mulheres e criancas
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
Quem diz o contrario é tolo
E toca de papelada
No vaivém dos ministérios
Mas hao-de fugir aos berros
Inda a banda vai na estrada "
José Afonso
Lá longe
Lá longe há sempre alguém que se lembra.
Uma noite, o jantar tipicamente alentejano, a lareira, os amigos... e , de forma inesperada, com os pensamentos bem distantes do que viria a seguir, recebi uma chamada.
Lá longe, amigos!
Juntos se riam e se lembravam do que existiu. Juntos partilhavam a bebida e o presente, falavam de cada trilho, de cada vida, da distancia. Riam! ..e como soube bem ouvi-los rir...
É tão estranho ouvi-los ao longe. É como se as suas vozes estivessem sempre presentes na minha cabeça associadas à suas imagens, às suas presenças. E, trrrimmmm "Olá!" - somos nós e estamos longe! E, nessas alturas, sinto-me longe de mim. É um grande pedaço de mim que está lá....longe..com eles.
Sim, porque na verdade, estou com eles, estive, estivemos, fomos e seremos.
Haverá sempre um sítio do mundo onde as nossas caras se cruzam e se voltam a juntar às nossas vozes. E , nesse momento, rimo-nos!!
Feliz.
As vozes também me fazem
Uma noite, o jantar tipicamente alentejano, a lareira, os amigos... e , de forma inesperada, com os pensamentos bem distantes do que viria a seguir, recebi uma chamada.
Lá longe, amigos!
Juntos se riam e se lembravam do que existiu. Juntos partilhavam a bebida e o presente, falavam de cada trilho, de cada vida, da distancia. Riam! ..e como soube bem ouvi-los rir...
É tão estranho ouvi-los ao longe. É como se as suas vozes estivessem sempre presentes na minha cabeça associadas à suas imagens, às suas presenças. E, trrrimmmm "Olá!" - somos nós e estamos longe! E, nessas alturas, sinto-me longe de mim. É um grande pedaço de mim que está lá....longe..com eles.
Sim, porque na verdade, estou com eles, estive, estivemos, fomos e seremos.
Haverá sempre um sítio do mundo onde as nossas caras se cruzam e se voltam a juntar às nossas vozes. E , nesse momento, rimo-nos!!
Feliz.
As vozes também me fazem
Friday, December 08, 2006
Wednesday, December 06, 2006
FMI
"Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar..."
José Mario Branco
O 25 de Abril,o que sonhamos e o que sobrou no final da festa. Tudo tão igual ao mesmo!
Vinte minutos obrigatórios..
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar..."
José Mario Branco
O 25 de Abril,o que sonhamos e o que sobrou no final da festa. Tudo tão igual ao mesmo!
Vinte minutos obrigatórios..
Tuesday, December 05, 2006
Saturday, December 02, 2006
Renascer
Hoje não sou eu que renasço, mas sim este blog.
Não sei se o prazer de escrever vai ser o mesmo do que o de escrever no velho caderno cor de rosa.Mas, parece que essa história de cadernos está a passar de moda.
Sózinha em Lisboa
Um fim de semana sem planos. Um fim de semana refundida no pseudo-silêncio de uma casa antiga em Lisboa. O fim de semana perfeito para ouvir músicas que já não ouvia há imenso tempo; para ler e reler aqueles excertos.. ; para ver os filmes do Jacques Tati que nunca vi ; e para estar comigo!
Ouvi esta música pela primeira vez no concerto do Chico Buarque em Lisboa. Ficou-me na cabeça. Hoje procurei a letra e deixo-a aqui porque, simplesmente, gosto! E como alguém dizia " Eu só gosto das coisas que eu gosto!"
Não sei se o prazer de escrever vai ser o mesmo do que o de escrever no velho caderno cor de rosa.Mas, parece que essa história de cadernos está a passar de moda.
Sózinha em Lisboa
Um fim de semana sem planos. Um fim de semana refundida no pseudo-silêncio de uma casa antiga em Lisboa. O fim de semana perfeito para ouvir músicas que já não ouvia há imenso tempo; para ler e reler aqueles excertos.. ; para ver os filmes do Jacques Tati que nunca vi ; e para estar comigo!
Ouvi esta música pela primeira vez no concerto do Chico Buarque em Lisboa. Ficou-me na cabeça. Hoje procurei a letra e deixo-a aqui porque, simplesmente, gosto! E como alguém dizia " Eu só gosto das coisas que eu gosto!"
Vou voltar
Haja o que houver, eu vou voltar
Já te deixei jurando nunca mais olhar para trás
Palavra de mulher, eu vou voltar
Posso até
Sair de bar em bar, falar besteira
E me enganar
Com qualquer um deitar
A noite inteira
Eu vou te amar
Vou chegar
A qualquer hora ao meu lugar
E se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa essa vadia
Eu vou voltar
Vou subir
A nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu amor eu, vou partir
De novo e sempre, feito viciada
Eu vou voltar
Pode ser
Que a nossa história
Seja mais uma quimera
E pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode ser
Que passe o nosso tempo
Como qualquer primavera
Espera
Me espera
Eu vou voltar
Wednesday, September 28, 2005
"Sentado ao pé da lareira, arremesso, crispado, um pensamento para o lume.
E, então, de repente, a acha maior, com as labaredas transformadas em asas azuis, ergue-se dos tijolos, voa, dá duas voltas mágicas à sala, quebra os vidros da portada e penetra na noite de lua e nevoeiro...
Vai, vai, ave de fogo! Vai e incendeia a cidade e o mundo! Vai, meu pensamento de vingança! Coroa de chamas as caveiras dos ricos!"
José Gomes Ferreira
Existem ideias, pensamentos e sentimentos que, num determinado dia (exactamente nesse dia), parecem fervilhar cá dentro com uma vontade imensa de serem mostrados ao mundo. Apetece, entao, gritar e mostrar ao mundo estas coisas que vão cá dentro. Era tão mais fácil se as aves de fogo saissem da lareira, todas as noites, e tivessem elas o trabalho de mostrar ao mundo o que vai dentro das pessoas.
E, então, de repente, a acha maior, com as labaredas transformadas em asas azuis, ergue-se dos tijolos, voa, dá duas voltas mágicas à sala, quebra os vidros da portada e penetra na noite de lua e nevoeiro...
Vai, vai, ave de fogo! Vai e incendeia a cidade e o mundo! Vai, meu pensamento de vingança! Coroa de chamas as caveiras dos ricos!"
José Gomes Ferreira
Existem ideias, pensamentos e sentimentos que, num determinado dia (exactamente nesse dia), parecem fervilhar cá dentro com uma vontade imensa de serem mostrados ao mundo. Apetece, entao, gritar e mostrar ao mundo estas coisas que vão cá dentro. Era tão mais fácil se as aves de fogo saissem da lareira, todas as noites, e tivessem elas o trabalho de mostrar ao mundo o que vai dentro das pessoas.
Sunday, October 24, 2004
w.goo
"Cansado de tanta lama na Via Láctea,
voltei para a minha Nuvem dos Sós Eternos,
despi o corpo
(utilizei a lua num ruído de prata)
e deitei-me ao comprido
na volúpia dos lençõis cheirarem a treva.
Depois com a cabeça numa estrela de sumaúma,
apaguei a vela do Silêncio,
cobri-me de mais noite para dormir melhor
e adormeci lentamente
na doçura de não haver outra morte.
E sonhei.
Sonhei que ia agora mesmo neste eléctrico(sem asas no motor),
num dia pardo
com suor nos olhos...
- logo hoje que me esqueci de meter na algibeira um bocado de lua
para brincar aos deuses e aos eclipses
enquanto o carro não chega a qualquer ponto absurdo do universo
onde os homens já nem se lembram
de que pisam um Astro Vivo...
- e olham para o mundo
na resignação de apodrecer numa máquina sonâmbula de repetir pedras e bichos."
José Gomes Ferreira
voltei para a minha Nuvem dos Sós Eternos,
despi o corpo
(utilizei a lua num ruído de prata)
e deitei-me ao comprido
na volúpia dos lençõis cheirarem a treva.
Depois com a cabeça numa estrela de sumaúma,
apaguei a vela do Silêncio,
cobri-me de mais noite para dormir melhor
e adormeci lentamente
na doçura de não haver outra morte.
E sonhei.
Sonhei que ia agora mesmo neste eléctrico(sem asas no motor),
num dia pardo
com suor nos olhos...
- logo hoje que me esqueci de meter na algibeira um bocado de lua
para brincar aos deuses e aos eclipses
enquanto o carro não chega a qualquer ponto absurdo do universo
onde os homens já nem se lembram
de que pisam um Astro Vivo...
- e olham para o mundo
na resignação de apodrecer numa máquina sonâmbula de repetir pedras e bichos."
José Gomes Ferreira
Ter Raizes de Granito
Um dia acordei e as minhas raizes não estavam mais presas à areia e junto ao mar. Estavam presas ao Granito de uma cidade.
Assim, começou o processo de procura da verdade! Porque razão estava agora presa a uma pedra quando sempre tinha tido a liberdade da areia?
A pedra demonstrou ser muito mais quente e companheira do que qualquer grão de areia.
E assim, começa este blog.
Assim, começou o processo de procura da verdade! Porque razão estava agora presa a uma pedra quando sempre tinha tido a liberdade da areia?
A pedra demonstrou ser muito mais quente e companheira do que qualquer grão de areia.
E assim, começa este blog.
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