Friday, July 27, 2007

Descanso

Hoje acordei sem preocupações, a pensar " que hei de fazer hoje?".

Uma sensação magnifica que até dá mais luz à cidade de Lisboa!

A sensação de ter tempo para tudo e para nada. Para fazer o que me apetecer, e para o que não me apetecer. Para não fazer o que me apetece porque, simplesmente, tenho preguiça.

Agora a luz do dia, do Sol tem outro sentido para mim. Vejo a luz a desaparecer ao final do dia vagarosamente sem que me preocupe.

Amanhã estarei a descansar outra vez!



p.s. descansar implica algumas actividades como sair à noite

Wednesday, May 30, 2007

Filmes que ficam por aqui









A sensação de voltar a ouvir "Tótil"

Fui ao Porto.

Foi bom ouvir o sotaque, rever a cidade.. O melhor foi estar com os Amigos e a Mercedes do bar da faculdade ter-se lembrado de mim.

Aqui ficam os amigos.
A calma e o fumo de não andar à pressa














A violência do Amor com Panadinhos de Frango, Arroz de Feijão e Vinho à escolha do freguês


A concentração ou o jogo do sério





"Mas o que é isto?"



Tomate vs Mimimimica




Em busca do Piolho, do Pinguim e do Pimento


























































































A subir as ruas do "Ai! Acudam-me" de regresso a casa


























































































Saturday, March 03, 2007

A viver novamente

Meses depois, volto a pensar e volto a existir.

Durante este tempo, vivi numa realidade paralela, envolvida num dito "conhecimento" a que alguns chamam académico.
Renego-o completamente, mas uma escolha que feita ha uns anos (um pouco na ignorância ) fez com que me tivesse de deparar com ele, ano após ano, durante vários anos.

Não o sinto, não o entendo e tento o mais rapidamente eliminá-lo.
Aquele é o conhecimento de alguns sobre a vida e tudo o mais, mas e eu que não concordo com ele? Quem são aqueles individuos para o conhecimento da vida seja superior ao de tantos outros individuos?

Com vergonha, menciono que esse conhecimento envolve uma teoria funcionalista que atribui 15 funções às pessoas que vivem na pobreza. E o preço do kilo de batata no ano de 1981.

Já não consigo ver nada de positivo. Ou talvez só às vezes... Sim! Há coisas positivas! Há sempre! Tem de haver porque é a nossa vida!


E passada esta fase, procuro renascer! Fujo para Coimbra à procura de amigos, noites longas e bem passadas com alcool e alegria. Um ambiente diferente... tanto.

Procuro, também, quem me faça pensar "devidamente". Leio Raul Brandão, "mestre" de José Gomes Ferreira. Deixo aqui um excerto....

"Sou um mero espectador da vida, que não tenta explicá-la. Não afirmo nem nego. Há muito que fujo de julgar os homens, e, a cada hora que passa, a vida me parece ou muito complicada e misteriosa ou muito simples e profunda.
Não aprendo até morrer - desaprendo até morrer. Não sei nada, não sei nada, e saio deste mundo com a convicção de que não é a razão nem a verdade que nos guiam: só a paixão e a quimera nos levam a resoluções definitivas.
O papel dos doidos é de primeira importância neste triste planeta, embora depois os outros tentem corrigi-lo e canalizá-lo... Também entendo que é tão difícil asseverar a exactidão dum facto como julgar um homem com justiça. Todos os dias mudamos de opinião.
Todos os dias somos empurrados para léguas de distância por uma coisa frenética, que nos leva não sei para onde. Sucede sempre que, passados meses sobre o que escrevo - eu próprio duvido e hesito. Sinto que não me pertenço...
É por isso que não condeno nem explico nada, e fujo até de descer dentro de mim próprio, para não reconhecer com espanto que sou absurdo - para não ter de discriminar até que ponto creio ou não creio, e de verificar o que me pertence e o que pertence aos mortos.
De resto isto de ter opiniões não é fácil. Sempre que me dei a esse luxo, fui forçado a reconhecer que eram falsas ou erróneas"

Tuesday, January 09, 2007

Friday, January 05, 2007

Prefácio

" A minha experiência no Banco Grameen deu-me uma fé inabalável na criatividade dos seres humanos. Levou-me a acreditar que as pessoas não nasceram para sofrer a miséria da fome e da pobreza. Se hoje sofrem, tal como sofreram no passado, é porque desviamos os olhos do problema.
Estou profundamente convencido de que podemos criar um mundo sem pobreza, se assim quisermos. Esta conclusão não é fruto de um sonho piedoso, mas o resultado concreto da experiência que adquiri na obra o Banco Grameen.
O microcrédito, por si só, não pode acabar com a pobreza. É apenas uma das portas pelas quais as pessoas podems sair dessa situação. Muito mais portas e janelas podem ser criadas para facilitar a saída. Mas, para isso, é necessário ver as pessoas de forma diferente e conceber uma nova moldura institucional consistente com esta nova conceptualização.
O Grameen ensinou-me duas coisas: em primeiro lugar, o nosso conhecimento básico sobre os indivíduos e sobre as suas interacções é ainda bastante imperfeito; em segundo lugar, cada indivíduo é extremamente importante. Qualquer pessoa possui um enorme potencial,e pode influenciar a vida de outras em comunidades,nações, no presente ou no futuro.
No fundo de todos nós, há muito mais do que aquilo que tivemos oportunidade de explorar. Se não criarmos um ambiente favorável que nos permita descobrir os limites do nosso potencial, nunca conheceremos aquilo que se esconde em nós. Mas cabe-nos apenas a nós decidir onde queremos ir.Somos os pilotos e os navegadores deste planeta. Se levarmos o nosso papel a sério, podemos alcançar o destino que procuramos.
Quero contar esta história porque desejo que reflictam naquilo que ela pode representar para vocês. Se acharem a experiência do Grameen credível e convicente, gostaria de convidá-los para se juntarem àqueles que acreditam na possibilidade de criar um mundo sem pobreza e que decidiram trabalhar nesse sentido. Você pode ser revolucionário, um liberal ou um conservador, pode ser jovem, ou pode ser idoso, mas todos podemos unir as nossas forças e trabalhar juntos neste problema.
Pensem nisso"
Muhammad Yunus

Tuesday, January 02, 2007

Para o novo ano..blablabla

Ano novo, uma vida nova! Seja bem vinda!

Sunday, December 24, 2006

Aos amigos..

Aos amigos ... e a ti Ana.



"Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
construímos um lugar de silêncio.
De paixão. "


Herberto Helder



E a alguém..


"Eu ontem vi-te
Andava a luz
Do teu olhar,
Que me seduz,
A divagar
Em torno de mim.
E então pedi-te,
Não que me olhasses
Mas que afastasses,
Um poucochinho,
Do meu caminho,
Um tal fulgor
De medo, de amor,
Que me cegasse,
Me deslumbrasse
Fulgor assim."
Ângelo de Lima

Saturday, December 16, 2006

Tempo

E se o tempo não for tempo? E se não existir?
Então, o que significa o principio e o fim?


Faz-me um vazio na mente, pensar o que existia antes?
e o próprio vazio deixa-me vazia.

E depois do fim, vazio.
Não falo na vida no particular, mas no geral.
Nas partículas.



Hoje, os neutrinos perfuram-me de uma forma diferente dos outros dias.


The dog star -Sirius

Friday, December 15, 2006

Entrei no café com um rio na algibeira



Entrei no café com um rio na algibeira

e pu-lo no chão,

a vê-lo correr

da imaginação...


A seguir,

tirei do bolso do colete

nuvens e estrelas

e estendi um tapete

de floresa concebê-las.


Depois, encostado à mesa,

tirei da boca um pássaro a cantar

e enfeitei com ele a Natureza

das árvores em torno

a cheirarem ao luar

que eu imagino.


E agora aqui estou a ouvir

A melodia sem contorno

Deste acaso de existir-onde só procuro a Beleza

para me iludir

dum destino.


José Gomes Ferreira



Sentar, ver, imaginar. Sair dali por uns instantes e, em vez de um dia com nuvens, ver um dia de Sol vindo directamente da nossa imaginação! Sorrir porque podemos imaginar. Mas por vezes é tão dificil. Tão dificil estar só, e capaz de imaginar que tenho um rio na algibeira.




Porto...por Pherreyra



"Não nasci por acaso nestas pedras

mas para aprender dureza,

lume excedido,

coragem de mãos lúcidas.


Aqui no avesso da construção dos tempos

a palavra liberdade

é menos secreta.(...)


Porto- cidade de luz de granito.

Tristeza de luz viril

com punhos de grito"


Monday, December 11, 2006

Procura-se!

Esta é a história de umas chaves de casa que a girar de mão em mão, de mala em mala e de caixote em caixote, foram dar à Covilhã e eu ... estou à espera que alguém chegue e me possa abrir a porta para o meu pequeno mundo entre 4 parades!

Sunday, December 10, 2006

P'la janela do comboio

Música que lembra a chegada do comboio a Lagos

"Aldeia da Meia Praia
Ali mesmo ao pé de Lagos
Vou fazer-te uma cantiga
Da melhor que sei e faço

De Montegordo vieram
Alguns por seu próprio pé
Um chegou de bicicleta
Outro foi de marcha à ré

Quando os teus olhos tropecam
No voo de uma gaivota
Em vez de peixe ve pecas de oiro
Caindo na lota

Quem aqui vier morar
Nao traga mesa nem cama
Com sete palmos de terra
Se constrói uma cabana

Tu trabalhas todo o ano
Na lota deixam-te nudo
Chupam-te até ao tutano
Levam-te o couro cabeludo

Quem dera que a gente tenha
De Agostinho a valentia
Para alimentar a sanha
De esganar a burguesia

Adeus disse a Montegordo
Nada o prende ao mal passado
Mas nada o prende ao presente
Se só ele é o enganado

Oito mil horas contadas
Laboraram a preceito
Até que veio o primeiro
Documento autenticado

Eram mulheres e criancas
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
quem diz o contrario é tolo

E se a ma lingua nao cessa
Eu daqui vivo nao saia
Pois nada apaga a nobreza
Dos indios da Meia-Praia

Foi sempre tua figura
Tubarao de mil aparas
Deixas tudo à dependura
Quando na presa reparas

Das eleicões acabadas
Do resultado previsto
Saiu o que tendes visto
Muitas obras embargadas

Mas nao por vontade própria
Porque a luta continua
Pois é dele a sua história
E o povo saiu à rua

Mandadores de alta financa
Fazem tudo andar para tras
Dizem que o mundo só anda
Tendo à frente um capataz

Eram mulheres e criancas
Cada um com o seu tijolo
Isto aqui era uma orquestra
Quem diz o contrario é tolo

E toca de papelada
No vaivém dos ministérios
Mas hao-de fugir aos berros
Inda a banda vai na estrada "

José Afonso

Lá longe

Lá longe há sempre alguém que se lembra.

Uma noite, o jantar tipicamente alentejano, a lareira, os amigos... e , de forma inesperada, com os pensamentos bem distantes do que viria a seguir, recebi uma chamada.

Lá longe, amigos!

Juntos se riam e se lembravam do que existiu. Juntos partilhavam a bebida e o presente, falavam de cada trilho, de cada vida, da distancia. Riam! ..e como soube bem ouvi-los rir...

É tão estranho ouvi-los ao longe. É como se as suas vozes estivessem sempre presentes na minha cabeça associadas à suas imagens, às suas presenças. E, trrrimmmm "Olá!" - somos nós e estamos longe! E, nessas alturas, sinto-me longe de mim. É um grande pedaço de mim que está lá....longe..com eles.

Sim, porque na verdade, estou com eles, estive, estivemos, fomos e seremos.

Haverá sempre um sítio do mundo onde as nossas caras se cruzam e se voltam a juntar às nossas vozes. E , nesse momento, rimo-nos!!


Feliz.
As vozes também me fazem

Wednesday, December 06, 2006

FMI

"Mãe, eu quero ficar sozinho... Mãe, não quero pensar mais... Mãe, eu quero morrer mãe.
Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe... Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar..."

José Mario Branco

O 25 de Abril,o que sonhamos e o que sobrou no final da festa. Tudo tão igual ao mesmo!

Vinte minutos obrigatórios..

Tuesday, December 05, 2006





Sr. Hulot! São personagens destas que nos fazem ver tudo de uma forma bela, por mostrarem que não temos de encontrar uma ordem, um sentido; que podemos levar tudo de uma forma mais descontraida e, por isso, usufruir da vida de uma forma diferente!

Saturday, December 02, 2006

Renascer

Hoje não sou eu que renasço, mas sim este blog.

Não sei se o prazer de escrever vai ser o mesmo do que o de escrever no velho caderno cor de rosa.Mas, parece que essa história de cadernos está a passar de moda.

Sózinha em Lisboa

Um fim de semana sem planos. Um fim de semana refundida no pseudo-silêncio de uma casa antiga em Lisboa. O fim de semana perfeito para ouvir músicas que já não ouvia há imenso tempo; para ler e reler aqueles excertos.. ; para ver os filmes do Jacques Tati que nunca vi ; e para estar comigo!


Ouvi esta música pela primeira vez no concerto do Chico Buarque em Lisboa. Ficou-me na cabeça. Hoje procurei a letra e deixo-a aqui porque, simplesmente, gosto! E como alguém dizia " Eu só gosto das coisas que eu gosto!"

Vou voltar
Haja o que houver, eu vou voltar
Já te deixei jurando nunca mais olhar para trás
Palavra de mulher, eu vou voltar
Posso até
Sair de bar em bar, falar besteira
E me enganar
Com qualquer um deitar
A noite inteira
Eu vou te amar
Vou chegar
A qualquer hora ao meu lugar
E se uma outra pretendia um dia te roubar
Dispensa essa vadia
Eu vou voltar
Vou subir
A nossa escada, a escada, a escada, a escada
Meu amor eu, vou partir
De novo e sempre, feito viciada
Eu vou voltar
Pode ser
Que a nossa história
Seja mais uma quimera
E pode o nosso teto, a Lapa, o Rio desabar
Pode ser
Que passe o nosso tempo
Como qualquer primavera
Espera
Me espera
Eu vou voltar